Portugal vai ter o primeiro parque mundial de aproveitamento da energia das ondas. A iniciativa pioneira é apresentada hoje em Peniche, porto de mar onde está a ser ultimada a tecnologia de origem escocesa, que mais tarde será instalada ao largo da Póvoa de Varzim. O investimento inicial, da responsabilidade da Enersis e de um parceiro tecnológico escocês, ronda os 8,5 milhões de euros. A primeira instalação produzirá energia eléctrica capaz de suprir as necessidades de uma povoação de seis mil habitantes. Até 2020, a Enersis conta instalar 5000 megawatt (Mw). A tecnologia de aproveitamento de energia a partir da força das ondas de mar é da autoria da Ocean Power Energy (OPD), o parceiro tecnológico da Enersis, que assim dá um passo que é considerado no sector como fulcral para fazer de Portugal um país pioneiro neste tipo de sistemas, num processo em tudo idêntico ao que permitiu à Dinamarca e á Alemanha dominarem o mercado da energia eólica. Segundo o DN apurou, a nível global não haverá muita capacidade para vários clusters industriais do género, pelo que neste caso quem andar à frente poderá usufruir de vantagens económicas relevantes. Para já, a instalação é de três máquinas de 750 quilowatt (kW) cada, que permitem uma produção média anual de 7 gigawatt por hora (Gwh). O investimento é financiado em 15% por apoios públicos e o restante é todo da responsabilidade da Enersis e da OPD, já que, no actual nível de pioneirismo, não existe apoio bancário. Em 2008, a Enersis conta ter instalado 20 Mw, num investimento que rondará os 70 milhões de euros. O que hoje vai ser apresentado em Peniche é a primeira tecnologia viável para aproveitamento de energia de ondas de mar, a qual sucede ao protótipo que a empresa escocesa vem testando no último ano e meio. A potência de energia das ondas é mais concentrada que a eólica, por exemplo, sendo no actual estado da arte um pouco mais cara. O aproveitamento é, no entanto, 10% a 20% superior ao do vento. As máquinas de aproveitamento energético - a primeira das quais já deverá estar a debitar no próximo mês de Agosto - serão instaladas a cerca de 5 quilómetros ao largo da Póvoa de Varzim, sendo transportadas por via marítima a partir de Peniche. As máquinas (ver foto) têm uma forma cilíndrica e o impacto visual é mínimo. Medem aproximadamente 50 metros de comprimento por 3,5 metros de perímetro, dos quais cerca de 1 metro acima do nível das águas. A energia formada pelas ondas de alto mar - tecnicamente mais estável que a das ondas de rebentação ou mesmo que a gerada pelo aproveitamento do vento - é posteriormente encaminhada para uma subestação de interligação com a rede eléctrica através de um cabo submarino.
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